quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ALFABETIZAÇÃO DIGITAL NA EJA, UMA QUESTÃO SOCIAL E NECESSÁRIA
REGISTRO DE AULAS

Ao realizar a roda de conversa os alunos apontaram as seguintes necessidades relacionado a questão : “O que eu entendo por tecnologia?”

  
 Buscar lugar no mercado de trabalho;
• Estar informado dos acontecimentos;
• Conhecer outros lugares;
• Enviar mensagens;
• Fazer pagamentos;
• Montagens de fotos;
• Procurar receitas.

DIFICULDADES

Encontramos dificuldades em obter um espaço que fosse acessível á todos, a sala é diversificada,com alunos idosos,jovens e especiais. A Associação de bairro que conseguimos parceria, se localiza em um local um pouco distante da sala sendo de difícil acesso para alguns alunos.
Assim sendo após discussão com os alunos procuramos parceria com uma Lan House próxima a sala de aula, e que foi favorável para nosso projeto, a proprietária do estabelecimento se colocou a disposição para ajudar nas dúvidas e proporcionou um ambiente agradavél à todos.
Levantando a questão “ o que entendo por tecnologia?”
Foi realizada discussão,através desta foram registradas algumas palavras relacionadas à questão.
Nesta etapa a sala foi divida em dois grupos para elaboração de cartazes em que os alunos identificaram o computador suas partes e funções os mesmos foram expostos na sala para comparação do conhecimento dos alunos identificando o que eles conheciam.

Realizamos a leitura de uma crônica para posterior discussão sobre o uso de novas tecnologias, os alunos citaram dificuldades como por exemplo:usar o caixa eletrônico,celular,câmeras digitais etc.

VISITA AO LOCAL

Os alunos se sentiram anciosos, fomos recebidos na Associação pela Sra. Lucia que apresentou o local, dividimos os alunos em duplas pois havia seis máquinas.
Foi questionado algumas informações passadas anteriormente em sala de aula, após revisar na prática essas informações foi dado liberdade para que eles se adaptassem com o computador manuseando livremente.
Alguns se sentiram bem a vontade, outros ficaram com medo, mas procuramos passar toda segurança possível.


RODA DE CONVERSA

Discutimos sobre a aula, de como se sentiram quais as dificuldades e medos. Foi então que surgiu a dificuldade da localização do espaço cedido.
Buscamos solucionar a questão obtendo parceria em uma Lan House próxima à sala de aula.
A segunda aula foi mais tranqüila, por se tratar de um local mais acessível os alunos se sentirem mais confiantes. Já que o local fica em frente a sala o tempo foi mais proveitoso.
A recepção na Lan House foi muito boa, para que os alunos se sentissem mais seguros a proprietária fechou as portas para que estranhos não tivessem acesso ao estabelecimento e os alunos não se sentissem constrangidos.
A cada aula uma descoberta, para valorizar e resgatar a auto-estima dos educandos foi criado um BLOG com fotos e sugestões de sites e atividades para que outros educadores e alunos possam observar e consultar.
Ao verem suas imagens e um site criado para demonstrar o trabalho realizado na sala os alunos se sentiram importantes e construtores do processo, algumas dinâmicas foram trabalhadas, o que deixou a turma mais à vontade.
Depoimentos



“Faço curso de informática, mas não aprendi nada,
Acho que aqui na sala estou aprendendo muito mais,
me sinto muito a vontade.”
Marciana Alves Teixeira


“Sempre quis aprender a mexer
com o computador,agora estou aprendendo
já sei até entrar na internet.”
Elisângela Santos Maia











“Aprendi alguma coisa eu não
sabia nem ligar e o ambiente é
muito bom, a dona da Lan House
é muito simpática.”
Luiz Macedo de Abreu


“Eu nunca tinha mexido
em um computador,não achei
muito difícil, me senti segura.”
Tereza Maria Vicente





“ Eu adorei, minha professora me ajudou.”
Fátima da Glória Vicente


“ Eu costumo usar o computador
no meu trabalho na hora do almoço,
mas não sabia mexer direito,
agora estou aprendendo já fiz até um email.”
Edilson Pereira da Silva





“ Faz pouco tempo que cheguei do Pernambuco,
lá eu trabalhava na roça, vim pra São Paulo para
trabalhar estou estudando e aprendendo até computador,
eu quero aprender para ter um bom emprego
e não ter que voltar a trabalhar na roça,
já fiz o meu próprio currículo.”
Ednaldo Pereira da Silva


“ Eu achei difícil, nunca mexi com computador.”
Miralva Barbosa Santos


“Estou gostando muito das aulas,
Já digitei alguns textos.”
Vanusa Maia de Sousa


“ Eu já aprendi a entrar na internet,
já vi alguns vídeos bem legais,
gostei de ver o site da fazenda e
saber de algumas coisas que
eles não dizem na TV.”
Nilton Barbosa de Jesus







“Eu achava que não iria aprender,
não é tão difícil como eu pensava.”
Maria Marlene Vitoriano de Lima





“Eu agora não tenho
mais medo de mexer no computador,
tenho um em casa antes só
meus filhos mexiam
agora eu disputo com eles.”
Jorge Araújo de Souza







“Sinto muita alegria cada vez
que olho no rosto dos alunos
e vejo o entusiasmo e
alegria ao participarem
das aulas.”
Tatiane de Oliveira Meireles
Proprietária da Lan House
Plano de aula

Tema: Alfabetização digital na EJA, uma questão social e necessária

Objetivo Geral

Proporcionar a inclusão digital aos alunos da EJA

Objetivos específicos

-Capacitar e mediar a aprendizagem dos Alunos, proporcionando a inclusão digital;
-Conscientizar sobre a importância de incorporar efetivamente à informática em sua vida;
-Auxiliar na superação dos medos e resistências em relação ao uso do computador.

Metodologia

- Buscar parceria de um local ao redor da comunidade para realização das aulas de informática;
- Partir dos interesses ligados ao universo do educando;
- Fazer um levantamento das dificuldades e dúvidas dos educandos;
- Promover discussões sobre o uso de novas tecnologias;
- Utilizar jogos e atividades relacionadas as áreas de conhecimento;
- Usar a Internet como meio de consulta e apoio aos assuntos abordados em sala de aula;
- Usar o computador para necessidades do cotidiano (preenchimento de currículo, acesso a sites de utilidade pública);
- Utilizar textos para discussões;
- Produzir um livro com a história de vida;
- Criar um blog para divulgação das atividades da sala e assim resgatar a auto-estima dos alunos;
- Acessar sites de relacionamento e cadastras os alunos interessados nos mesmos.

Desenvolvimento

1° Etapa
Para iniciar o processo o professor poderá realizar algumas dinâmicas para auxiliar no resgate da auto-estima dos alunos. Após esse momento será proposto uma roda de conversa para conhecer e diagnosticar as necessidades dos alunos em relação ao conhecimento das novas tecnologias.
Após diagnosticar as necessidades será investigado o conhecimento que os educando trazem consigo sobre o uso de novas tecnologias, em especial o uso do computador.
O educador dividirá a sala em pequenos grupos para a elaboração de cartazes com o desenho de um computador e suas partes externas, neste momento os alunos mostrarão o que conhecem, após a produção dos cartazes será aberta uma discussão para identificar todas as partes do computador, o professor neste momento fará as intervenções caso necessário e explicará as funções de cada parte.

2° Etapa
Utilizando a crônica “O futuro já começou?” (Sauerbronn, Lúcia, Chá da tarde Crônicas - Escrita comunicação dirigida, 2005), será proposto uma discussão sobre o que cada um entende sobre novas tecnologias, ao serem apresentadas as opiniões o professor poderá registrar algumas palavras na lousa e construir um banco de palavras com os educandos.

3° Etapa
Após realizar as discussões e fornecer informações básicas sobre informática aos educandos o professor já poderá permitir que os mesmos explorem a máquina, poderá ser pedido para ligar e desligar, é muito importante que o trabalho seja realizado em duplas, um pode auxiliar o outro e o professor poderá observar e auxiliar nas dúvidas, ao explorar livremente a máquina os alunos estarão perdendo o medo e se sentirão mais tranqüilos, ao acompanhar a turma de mesa em mesa o professor pode questionar e esclarecer dúvidas.

4° Etapa
Após a primeira aula prática é interessante fazer um discussão sobre as opiniões, medos e dificuldades apresentadas pelos educandos, será com essa informações que o professor poderá elaborar as próximas aulas, registrar essas informações é muito importante.

5° Etapa
Nesta etapa será iniciado o processo de digitação no Microsoft Word, desenho no Paint para facilitar o manuseio do Mouse, é interessante organizar a turma com níveis de dificuldades próximas, as atividades poderão ser realizadas conforme as necessidades e dificuldades apresentadas.
Como se trata de uma sala de alfabetização e pós alfabetização poderão der trabalhadas atividades para cada nível de conhecimento, como por exemplo: digitação de palavras, frases, textos, currículos e etc...
Todo o material produzido pelos educandos serão salvos e posteriormente imprimidos e arquivados em pastas, para que os mesmos vejam suas produções. É nessa etapa que poderão ser digitados os livros da vida que já foram trabalhados em sala de aula.
Como se trata de um projeto que será desenvolvido durante aproximadamente 2 semestres, ao longo dessa etapa poderá ser trabalhado o acesso à Internet e o esclarecimento de dúvidas que forem surgindo ao longo do processo.
A criação de um Blog da sala é uma forma de se resgatar a auto-estima dos educandos, que se sentirão valorizados ao terem um blog para divulgação do trabalho.

Avaliação
A avaliação se dará ao longo do processo, o professor deverá verificar se os alunos conseguem ter noções básicas de informática e se conseguem perder o medo e a resistências ao usar o computador, conscientizando-se de que é importante e necessário a inclusão digital.

Cronograma

2 semestres aproximadamente

Materiais necessários

Computador
Cartolina
Pastas para arquivar as produções
Câmera fotográfica
Textos


Conteúdos que poderão ser abordados em todas as disciplinas

Português- produções de textos e leituras.
Matemática- uso da calculadora e calendário.
História e Geografia- pesquisa sobre a vida de algumas pessoas importantes e lugares históricos.
Ciências- vídeos sobre assuntos relacionados a disciplina e pesquisas.
Arte- Produção de desenhos e consultas a imagens.

terça-feira, 28 de julho de 2009

SUGESTÃO DE SITE


O site http://www.atencaoprofessor.com.br,aborda temas sobre TDAH( Transtornos do Deficit de Atenção e Hiperatividade) para professores,as palestras são transmitidas ao vivo, o site fornece certificado.
Vale a pena conferir!!!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

REFLEXÃO

Saldo na Conta do Tempo


Imagine que você tem uma contracorrente e a cada manhã você
acorde com um saldo de $ 86.400,00. Só que não é permitido
transferir o saldo para o dia seguinte.

Todas as noites o saldo é zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que você faz? Você irá gastá-lo cada centavo, é claro.

Todos nós somos clientes deste banco que estamos falando. Este
banco se chama TEMPO.

Todas as manhãs, é creditado para cada um 86.400 segundos. Todas as noites, o saldo é debitado como perda. Não é permitido acumular esse saldo para o dia seguinte.

Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia evaporam. Não há volta. Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário.

Invista então no que for melhor. Na saúde, na felicidade, no trabalho e no sucesso. O relógio está correndo. Faça o melhor para o seu dia-a-dia.

Para você perceber o valor de um ANO, pergunte a um estudante que foi reprovado e o que está repetindo-o. Para você perceber o valor de um MÊS, pergunte para uma mãe que teve seu bebê prematuro. Para você perceber o valor de um SEGUNDO, pergunte a alguém que conseguiu evitar um acidente. Para você perceber o valor de um MILÉSIMO DE SEGUNDO, pergunte a uma pessoa que ganhou a medalha de uma olimpíada.

Valorize cada momento que você tem! E Valorize mais porque você deve dividir com alguém muito especial. Especial o suficiente para gastar o seu tempo com você. Lembre-se que o tempo não espera por ninguém.

O ontem é história. O amanhã é mistério. O Hoje e uma dádiva. Por isso é chamado PRESENTE!!!

domingo, 26 de julho de 2009

QUERIDAS ALUNAS DO PERÍODO DA MANHÃ (2006)


COLEÇÃO VIVER E APRENDER


Autor: Cláudia, Lemos Vóvio, coord.
Título: Viver, Aprender: educação de jovens e adultos
Resumo:
Cláudia Lemos Vóvio, coord.


Coleção de materiais didáticos para Educação de Jovens e Adultos, composta de livros para os estudantes e guias para o educador. Abrange as áreas de Língua Portuguesa, Matemática e Estudos da Sociedade e da Natureza.
Com o apoio e financiamento do Ministério da Educação e do Desporto - MEC, dentro do Programa de Educação de Jovens e Adultos, esse material foi produzido por Ação Educativa - Assessoria, Pesquisa e Informação. Baseado na Proposta Curricular para o 1o segmento do ensino fundamental, elaborada pela mesma instituição, esse trabalho tem a intenção de contribuir para a melhoria do processo de aprendizagem nessa modalidade de ensino.

Coleção Viver e Aprender 1: Guia do Educador Módulos 1 e 2 Módulos 3 e 4 Módulos 5 e 6

Coleção Viver e Aprender 2: Guia do Educador Módulos 1 e 2 Módulos 3 e 4

Coleção Viver e Aprender 3: Guia do Educador Módulos 1 e 2 Módulos 3 e 4

Coleção Viver e Aprender 4: Guia do Educador Módulo 1


Fonte: MEC
Publicação: 12/01/2006
Link: http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=cont

sábado, 18 de julho de 2009

Sala Da Educadora Edilene
Da cabeça ao caderno

Encaminhar a passagem do cálculo mental para o registro em conta armada é uma das tarefas essenciais na Educação de Jovens e Adultos

Durante uma pesquisa sobre as razões do fracasso escolar em Matemática, alunos do Ensino Fundamental foram sabatinados sobre seus conhecimentos da disciplina. Primeiro, eles passaram por uma prova oral: o entrevistador propunha questões sobre transações realizadas na feira, na barraca de frutas, no carrinho de pipoca etc. Por exemplo: quanto custam seis cocos? Qual é o troco se um freguês lhe dá 20 reais? A moçada se saiu muito bem, acertando 97% dos testes. Mas quando se pedia que resolvessem contas parecidas no caderno... quanta diferença! O índice de respostas corretas caía para 59%. Esses jovens tinham em comum o fato de ser pobres e ajudar os pais em algum negócio próprio.
Conteúdo relacionado
Seqüencia didática
• Matemática salarial
Embora realizado com adolescentes, esse clássico estudo publicado no livro Na Vida, Dez, Na Escola, Zero ilustra bem a realidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA): alunos que precisam da Matemática no dia-a-dia fazem muito bem contas "de cabeça", mas têm uma tremenda dificuldade em passar o raciocínio para o papel. Como explicar essa contradição? A professora da Universidade de São Paulo Stela Bertholo Piconez, especialista em EJA, arrisca a resposta: "Cérebro nenhum pede licença para aprender". Isso quer dizer que, independentemente do grau de escolarização, boa parte dos jovens e adultos possui noções matemáticas. "É um saber nascido dos desafios mentais impostos pelo cotidiano. Muitos se esquecem de que essas pessoas conseguem dividir um salário mínimo de 415 reais pelos 30 dias do mês", provoca Stela (leia seqüência didática abaixo que utiliza o contracheque para reforçar o aprendizado da adição e da subtração).
Isso, claro, não significa que Matemática se aprenda apenas na base da intuição. "A construção do pensamento matemático exige conhecimento dos fundamentos da disciplina. Só assim os estudantes conseguem aceitar explicações e explicitar os próprios raciocínios", ressalta Priscila Monteiro, selecionadora do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. É preciso ter isso em mente no ensino dos quatro blocos em que a disciplina se organiza: medidas, geometria, introdução à estatística e números e operações. Mas é no momento de abordar o cálculo (um dos conteúdos de números e operações) que essa perspectiva se faz mais necessária.


Tido como um dos conteúdos mais valorizados no ensino de Matemática em EJA, o algoritmo (conta armada) é muitas vezes ensinado de forma mecânica. Mas, para que o aprendizado dessa técnica realmente faça sentido para os alunos, o ideal é começar o trabalho aprimorando os procedimentos mentais de resolução. "A partir daí, cada estudante deve construir o próprio percurso até os algoritmos, compreendendo de fato as propriedades da conta armada e reconhecendo quando é mais vantajoso usá-la", argumenta Priscila. É dos caminhos para conseguir esse avanço que esta reportagem trata.
Antes de mergulhar de cabeça em cálculos mentais ou escritos, vale investir um certo tempo investigando quanto a classe já sabe. Para apresentar a disciplina de forma natural e adaptada ao mundo adulto, o ajuste das propostas usadas na Educação "regular" é essencial. "O que faço com minhas turmas é começar com materiais reais em que os números estejam presentes, como encartes de ofertas de supermercado ou a tabela
de classificação do Campeonato Brasileiro", afirma Iara Silva Lucio, mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais e alfabetizadora de EJA na rede municipal de Belo Horizonte.

Um segundo conselho é evitar o "matematiquês". "Na vida real, ninguém 'efetua' nada, e 'operação' é de estômago ou de catarata", brinca Stela Piconez. Para evitar essa enrascada, abuse dos sinônimos. Por que não ler a questão dizendo "realize" e "faça a conta"?

O diagnóstico inicial também ajuda a identificar que conteúdos devem ser enfatizados antes do ensino dos algoritmos. Ao pedir que a turma escreva um número, podem-se encontrar, por exemplo, registros como este ao lado.
Essa escrita traz uma hipótese de pensamento apoiada na organização da numeração oral - ou seja, o número foi representado quase como se fala. O problema é que a escrita matemática funciona pela organização posicional, gerando uma contradição. "Em vez de recorrer ao método de riscar o jeito errado e fazer o aluno copiar o certo, o professor deve reconhecer que a hipótese tem lógica. Mas precisa explicar que, por não ser o jeito como todos escrevem, pode haver confusão: alguém pode ler trezentos mil, quinhentos e seis", afirma Iara.

Encontro de trajetórias
O que o professor provavelmente vai descobrir é um grupo heterogêneo, composto por pessoas de diferentes graus de escolaridade e habilidades matemáticas. Assim é a classe de 3º ano do Colégio Imaculada Conceição, em Belo Horizonte. Um dos alunos, o pedreiro Custódio Carreiro de Jesus, 59 anos, já sabia fazer cálculos mentais simples, mas não registrava as contas em papel. Num estágio mais próximo do convencional está sua colega Maria das Graças Gomes, 41 anos. Por ter concluído a 4ª série, a doméstica já possuía algum domínio da matemática formal. "Como sou vendedora autônoma de cosméticos, usava a conta armada para saber quanto as pessoas estavam me devendo. Mas não tinha muita segurança, principalmente nas contas de menos em que tinha de 'pedir emprestado'", relembra.

Alunos com níveis de conhecimento distintos representam uma oportunidade interessante: abre-se a porta para comparar estratégias de resolução. Aproveitando-se dessa saudável diferença, Alessandra Rodrigues de Paula, professora de Custódio e Maria das Graças, incentiva o trabalho em grupos, momento de debate de idéias para chegar a uma resposta. Depois, a fim de enfatizar a variedade de formas de solução, Alessandra coleta as hipóteses que surgem. Se a proposta for realizar uma multiplicação simples podem aparecer registros como este ao lado.
Aqui, o que o aluno fez foi escrever o caminho mental usado para resolver a situação, o reagrupamento de somas sucessivas. Ainda que não seja o algoritmo escolar, a capacidade de passar o pensamento para o caderno deve ser valorizada. "Podem aparecer outras formas que devem ser compreendidas conversando sobre o que está escrito e procurando identificar as propriedades matemáticas que apóiam o cálculo", diz Lucillo de Souza Junior, professor da rede municipal de Vila Velha, na Grande Vitória. Autor de um artigo sobre a apropriação dos códigos formais em Matemática, ele leva ao quadro as estratégias que surgem na classe. "O aluno percebe a validade de seu raciocínio e, ao mesmo tempo, toma contato com formas diferentes (e mais rápidas) de solucionar a questão."
Descobrir o saber
Com as estratégias lado a lado, o professor deve indicar as vantagens de cada método. No caso do algoritmo, sua força vem do fato de permitir a obtenção de um resultado independentemente dos números envolvidos - lembre que agrupamento, estimativa e outras táticas não servem para todas as ocasiões. Com o tempo, para aperfeiçoar a passagem do cálculo mental para a conta armada, é possível pedir ao estudante que tente reduzir o registro, aplicando soluções que economizem tempo.

No caso dos alunos da professora Alessandra, a receita tem dado um bom resultado. Maria das Graças não pede mais ajuda à filha da patroa para fazer subtrações. "Minha lista de dívidas está bem mais arrumada. Agora não perco dinheiro pela desorganização", orgulha-se. E o pedreiro Custódio já não precisa calcular quantas pedras de granito cabem num ambiente na base do olhômetro. "Faço as contas antes no caderno e compro sempre a quantidade correta de peças", comemora. A próxima aventura é o aprendizado da multiplicação. Com paciência e persistência, eles vão chegar lá.

Revista Nova Escola Edição 214 | 08/2008

sábado, 18 de abril de 2009

“A educação de jovens e adultos (EJA), representa uma divida social não reparada a partir do conhecimento regional e o conhecimento elaborado cientificamente pela humanidade”.
O resgate da auto-estima trabalhando a valorização humana; e a ampliação de novos conhecimentos.
Os jovens trazem frustrações da escola regular, e às vezes têm uma imagem negativa da escola: Cabe á escola resgatar esses conhecimentos e valores, ressignificá-los e valorizá-los.
Garantir o acesso de jovens e adultos tem sido um grande desafio, pois entende que a educação como direito de todos, significando a garantia de um ensino de qualidade visando a permanência e a continuidade do ensino

terça-feira, 17 de março de 2009

DINÂMICA DO PARABÉNS


1. PARABÉNS!
*Você tem muita sorte. Foi premiado com este presente. Somente o amor e não o ódio é capaz de curar o mundo. Observe os amigos em torno e passe o presente que recebeu para quem você acha mais ALEGRE.
Ao repassar o presente, a pessoa que recebe deve ouvir o parágrafo 2 e assim por diante:

2. ALEGRIA! ALEGRIA!
Hoje é festa, pessoas como você transmitem otimismo e alto astral. Parabéns, com sua alegria passe o presente a quem acha mais INTELIGENTE.

3. A inteligência nos foi dada por Deus. Parabéns por ter encontrado espaço para demonstrar este talento, pois muitas pessoas são inteligentes e a sociedade, com seus bloqueios de desigualdade, impede que eles desenvolvam sua própria inteligência. Mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem lhe transmite PAZ.

4. O mundo inteiro clama por paz e você gratuitamente transmite esta tão grande riqueza. Parabéns! Você está fazendo falta às grandes potências do mundo, responsáveis por tantos conflitos entre a humanidade. Com muita Paz, passe o presente a quem você considera AMIGO.

5. Diz uma música de Milton Nascimento, que "amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração". Parabéns por ser amigo, mas o presente. . . ainda não é seu. Passe-o a quem você considera DINÂMICO.

6. Dinamismo é fortaleza, coragem, compromisso e irradia energia. Seja sempre agente multiplicador de boas idéias e boas ações em seu meio. Parabéns! Mas passe o presente a quem acha mais SOLIDÁRIO.

7. Parabéns! Você prova ser continuador e seguidor dos ensinamentos de CRISTO. Solidariedade é de grande valor. Olhe para os amigos e passe o presente a quem você considera ELEGANTE (bonito, etc...).

8. Parabéns! Elegância (beleza, etc...) completa a criação humana e sua presença torna-se marcante, mas o presente ainda não será seu, passe-o a quem você acha mais SEXY.

9. Parabéns! A sensualidade torna a presença ainda mais marcante e atraente. Mas o presente não será seu. Passe-o a quem você acha mais OTIMISTA.

10. Otimista é aquele que sabe superar todos os obstáculos com alegria, esperando o melhor da vida e transmite aos outros a certeza de dias melhores. Parabéns por você ser uma pessoa otimista! É bom conviver com você, mas o presente ainda não será seu. Passe-o a quem você acha COMPETENTE.

11. Competentes são pessoas capazes de fazer bem todas as atividades a elas confiadas e em todos os empreendimentos são bem sucedidas, porque foram bem preparadas para a vida. Essas são pessoas competentes como você. Mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você considera CARIDOSO.

12. A caridade é como diz São Paulo aos Coríntios: "ainda que eu falasse a língua dos anjos, se não tiver caridade sou como o bronze, que soa mesmo que conhecesse todos os mistérios, toda a ciência, mesmo que tomasse a fé para transportar montanhas, se não tiver caridade de nada valeria. A caridade é paciente, não busca seus próprios interesses e está sempre pronta a ajudar, a socorrer. Tudo desculpa, tudo crê, tudo suporta, tudo perdoa". Você que é assim tão perfeito na caridade, merece o presente. Mas mesmo assim, passe o presente a quem você acha PRESTATIVO.

13. Prestativo é aquele que serve a todos com boa vontade e está sempre pronto a qualquer sacrifício para servir. São pessoas agradáveis e todos se sentem bem em conviver. Você bem merece o presente. Mas ele ainda não é seu. Passe-o a quem você acha que é um ARTISTA.

14. Você que tem o dom da Arte e sabe transformar tudo, dando beleza, luz, vida, harmonia a tudo que toca. Sabe suavizar e dar alegria a tudo que faz. Admiramos você que é realmente um artista, mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você acha que tem FÉ.

15. Fé é o dom que vem de Deus. Feliz de você que tem fé, pois com ela você suporta tudo, espera e confia porque sabe que Deus virá em socorro nas horas difíceis e poderá ser feliz. Diz o salmo 26 " O Senhor é a minha luz e minha salvação, de quem terei medo?" Se você acredita e espera tanto de Deus, sabe também esperar e ter fé nos homens e na vida e assim será feliz. Mas o presente não é seu, pois você não precisa dele. Passe-o a quem você acha que tem o espírito de LIDERANÇA.

16. Líderes são pessoas que sabem guiar, orientar e dirigir pessoas ou grupos, com capacidade, dinamismo e segurança. Junto de você que é líder sentimos seguros e confiamos em tudo o que você diz e resolve fazer. Confiamos muito em você, que é líder, mas o presente ainda não é seu. Passe-o a quem você acha mais JUSTO.

17. Justiça! Foi o que Cristo mais pediu para o seu povo e por isso foi crucificado. Mas não desanime. Ser justo é colaborar com a transformação de nossa sociedade. Mas já que você é muito justo, não vai querer o presente só para você. Abra e distribua com todos, desejando-lhes FELICIDADES !
E assim o presente é distribuído entre todos !

(O PRESENTE PODE SER UMA CAIXA DE BOMBONS, BALAS E ETC...)

ESSA DINÂMICA É BEM INTERESSANTE, OS EDUCANDOS ADORAM...

domingo, 15 de março de 2009

"A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso nem domínio da escrita e leitura como bens sociais na escola ou fora dela".

O QUE DÁ CERTO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS



-Misturar as disciplinas, já que na vida elas não estão separadas;
-Diversos portadores de textos;
-Estudo do meio;
-reciclagem;
-Geração de renda;
-Usar e valorizar as experiências dos educandos em sala de aula;
-Resgate das histórias de vida;
-Valorização dos conhecimentos adquiridos fora da escola( mundo do trabalho);
-Mostrar que a escola se modernizou;
-Apagar a memória de salas com carteiras enfileiradas, quadro negro, giz, livro e professor opressor.
-Ampliar os horizontes culturais dos estudantes;
-Integração entre espaço escolar e família;
-Trocas de experiência entre educadores.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A ESCOLA 
(Paulo Freire)


“Escola é...
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um
se comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados".
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de acamaradagem,
é conviver, é se "amarrar nela"!

Ora, é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz.

quinta-feira, 5 de março de 2009

“ Em lugar de professor, com tradições fortemente ‘doadoras’, o coordenador de debates. Em lugar de aula discursiva, o diálogo. Em lugar do aluno, com tradições passivas o participante do grupo”.
(Paulo Freire em “ Educação como prática da liberdade”, 1999: 111).
O MOVA representa um portal de entrada para cidadania, articulado diretamente com o aumento da escolarização de jovens e adultos e promovendo o acesso à educação como um direito de todos em qualquer momento da vida.